quinta-feira, 7 de junho de 2012
ESTADO ALPHA
A REALIDADE, A IMAGINAÇÃO E A PERSPECTIVA
2012/03/10
Receituário de "psicologia", uma pseudo-ciência
Lá para o meio deste texto pode parecer estranho saber que começo por defender que, lá no fundo, não devemos ter passado por muitos episódios (ou sequer algum!) de verdadeiro livre-árbitro. Sim, acredito piamente, que somos tão permeáveis como uma esponja a todas as gotas e enxurradas que nos molham a todos os momentos. E também acredito que, lá no fundo, é isso e a genética que melhor definem esta meia dúzia de seres multicelulares que "nunca levaram porrada". Posto isto, que para parágrafo inicial até me parece já bastante, é altura de mandar parar o comboio infernal dos alquimistas da psicologia avulsa.
Determinista mas não determinável. É talvez, de todos os livros do José dos Santos, a única frase que merece uma atenção especial. Convido quem confunde o ser e o saber que olhe para ela com carinho e tente tirar de lá um isomorfismo mais atraente do que o evidente na interpretação directa daquelas 4 palavras com tão pouca individualidade. Na realidade, façam o que quiserem, só escrevi a última frase para falar de algo que, num mundo (e país, ou país e mundo) de chicos-espertos, mete mais medo do que o futuro das velhas-economias: individualidade. Determinista mas não determinável (aqui fica outra vez para não se esquecerem); imaginemos que somos mesmo tão previsíveis ao ponto de na realidade nem uma réstia de aleatoriedade sobrar para amostra, imaginemos por um momento que a forma como respondemos a uma situação é tão certa como a preservação do momento linear num jogo de bilhar teórico; ainda assim isso não implica que o que fazemos seja determinável à luz do que sabemos, porque o problema, para quem começou imediatamente a rascunhar a solução, não está só no "ser". É que o raio do jogo de bilhar, para ser uma boa analogia, tem de poder decorrer num campo de minas anti-pessoais, com bolas de râguebi, durante uma tempestade, e mesmo assim, o ilustre académico tem de conseguir determinar com precisão o movimento de todas as bolas envolvidas sabendo apenas que uma delas é vermelha e que a maior parte das bolas vermelhas é feita de marfim. Se acreditarem que podem dar uma resposta absoluta e constante, para qualquer cenário, em qualquer altura, com informação mínima e dúbia, devem parar de ler este texto imediatamente e procurar emprego na bolsa.
Lá no fundo, individualidade é tornar pouco credível acreditar que todas as bolas vermelhas desenham a mesma tabela perfeita em qualquer bilhar e acabam por entrar no buraco do meio da direita, apenas porque são vermelhas.
É claro que muitos poderão dizer que as bolas vermelhas entram mais vezes no meio do lado direito quando estão na posição certa e recebem o impacto correcto, num bilhar plano, em condições especiais, onde o atrito e as pedrinhas no pano são convenientemente varridas para debaixo do tapete, à boa maneira académica (quando os dados da experiência não confirmam a teoria, pois que se alterem os dados dirão eles). Estão correctos claramente, mas se tal coisa já é um pouco desprestigiante para uma bola vermelha, para um dos nossos seres multicelulares é um ultraje!
Quem "nunca levou porrada", adora colocar os outros seres multicelulares em caixas. É fácil, conveniente e poupa o trabalho de ter que lidar directamente com eles. Assim, lá no fundo, só é preciso perceber bem é de embalagens. Já viram o trabalho que seria encontrar um par de sapatos 42 se não os tivéssemos em caixas devidamente catalogadas? Pois então, a ideia, meu caro leitor multicelular, é sermos não só sapatos, mas sapatos dentro de caixas. E sapatos onde os tamanhos são universalmente aceites e regulados. Não há cá essas merdices dos Nikes serem sempre mais pequenos e os Americanos terem a mania de usar todas as vezes uma convenção diferente dos outros.
Quando nos vemos da mesma maneira que sapatos dentro de caixas, podemos pensar que se uma pessoa se sente bem a calçar sapatilhas 42, também se vai sentir bem com uns sapatos altos 42. Afinal até o 42 parece a resposta certa para tudo, não há que duvidar. Nem quando vemos que o exemplar de ser multicelular é na realidade o Chuck Norris... mas mais gordo... uns 120 Kg bem medidos.
Claro que na realidade só existe um Chuck Norris e todos os outros, ou seja, a grande maioria, fazem parte do grupo-dos-que-não-são-o-Chuck-Norris. Ah Estatística! A moda, a média, o desvio-padrão, as distribuições normais, o português típico! O único problema da Estatística é que pode ser tão boa a explicar, como pode ser boa a remover qualquer significado útil. Quando trabalhamos com largas populações e dados ao metro, podemos encontrar pormenores que nunca verificámos no contacto individual. Em certos casos, essas tendências podem até não se verificar de todo nos casos particulares. E o inverso é ainda mais evidente. Sim, há receitas de pseudo-psicologia que têm melhores resultados que outras. Caramba, se eu quiser vender algo provavelmente tenho mais sucesso se não insultar o cliente certo? Mas será que é possível transformar esse cliente num sapato e pô-lo numa caixa? e mesmo que seja possível, será que o leitor consegue? e depois de saber o número na caixa, será que é possível, só com essa informação, transformar a caixa numa bola de bilhar (a isto chama-se pensar out of the box... literalmente) e identificar a tacada certa a aplicar? e se for possível, será que o ego do jogador chega ao ponto de pensar ter a destreza para fazer o movimento certo e ficar à espera confiante no buraco do meio da direita?
Embora possa não parecer devido à duvidosa qualidade do texto, os Humanos são tipos inteligentes, e relativamente complexos, no mínimo para outros Humanos actualmente. Pelo menos aqueles que já "levaram porrada" são assim. Há muito que não se vê neles quando se olha para uma caixa. Há muito que não se sente quando se decora uma receita. Há muito que se perde numa interpretação absolutista parcial. Existem padrões, certo; mas achar que um punhado de características estabelece relações causa-efeito por si só (ainda para mais quando a informação que usámos para as concluir é reduzida), não é ciência, é apenas pouco mais que fé. Somos uma função disso sim, mas existem infinitas mais variáveis na expressão, muitas delas que variam também ao longo do tempo. A mudança é humana e o que chamamos sorte tem um papel que quem "nunca levou porrada" tenta em vão subestimar. Um ser humano é permeável, mas, pelo menos para já, é único: tem um património genético único (excepto os gémeos verdadeiros), uma história única, uma perspectiva do seu contexto única, um corpo único, uma educação única, amigos únicos, cicatrizes únicas... e isso não cabe numa caixa. Não se iludam com receitas; felizmente, até ao mais fundo que conseguimos ir, eles são bastante imprevisíveis... pelo menos os que já "levaram porrada".
POR CODE ÀS 02:16 0 COMENTÁRIOS
2010/09/20
instantes
vermelho, varre, volta, vai,
sobra, sim, sal e suor,
nossa, nunca, nada, nu,
oh, olha, outro, olá,
primeiro, parte, para, pó.
forte, faz, fraca, fé,
tenta, tudo, todo e talvez,
corra, corte, cole, caia,
resto, retém, ruído, rua,
mais, meu, muda, mundo.
Azul!
POR CODE ÀS 01:55 0 COMENTÁRIOS
2009/11/07
já acreditei mais
não há muito a dizer sobre todos estes dias em que se torna difícil conjugar o presente. não há muito a dizer sobre o que se é e o que se espera, nem há como falar do que não existe. as memórias são feitas de saudade mas as minhas apenas esperam para ser. razões e oportunidades são fantasias do ego para justificar a necessidade do que falta. ilusão. sem ela se esfumam todos os dias a cada amanhã que passa, e o futuro flui silencioso por entre meras lembranças de sonhos.
não vos tenho dito nada porque na verdade não há muito a dizer, e hoje não foi excepção.
POR CODE ÀS 21:35 10 COMENTÁRIOS
2009/07/14
um dia conto-te...
dizem que vives assim,
vento de um dia de sol,
suave e ligeiro,
viajante;
que passas despercebida
pelas tardes,
e me recordas o frio
de noite,
como brisa que sopra o meu rosto
e logo se esvai no horizonte.
adivinhasses tu quantos dos meus poemas são teus...
quanto do meu eu és tu...
e não voarias mais para longe,
como neste dia de sol ventoso.
POR CODE ÀS 20:13 4 COMENTÁRIOS
quebrando
as decisões mais importantes são as tomadas nos momentos em que desistir se torna a opção mais fácil.
POR CODE ÀS 15:29 0 COMENTÁRIOS
2009/07/04
sou mais que eu
não penses sequer que te esfumaças novamente,
por entre a penumbra da cobardia que me cega,
quebrar-me-ei se necessário em inúmeros e repetidos dias incertos,
para poder amar a diferença em cada momento deles.
viverei como souber, não saberei como viveria,
pois infinitas regras não valem metade de um sorriso.
antes negativo que nulo,
antes derrotado que transeunte,
antes vivo que morto.
é agora o momento para saber que o amanhã nunca será.
desta vez não vou desistir enquanto não respirar o mundo de uma só vez.
POR CODE ÀS 01:38 1 COMENTÁRIOS
2009/06/25
"there's room at the top they are telling you still"
"...but you're still fucking peasants as far as I can see..." - J.L.
POR CODE ÀS 03:04 1 COMENTÁRIOS
2009/06/20
objectivos individuais: obrigatoriamente relativos, únicos e mutáveis
os únicos desafios que merecem ser aceites são os que colocam em causa tudo aquilo que pensas ser.
POR CODE ÀS 17:29 1 COMENTÁRIOS
2009/05/31
your rules
subtitles are just subtitles
POR CODE ÀS 02:51 2 COMENTÁRIOS
2009/05/24
o sentido de uma vida
não são as vitórias nem as glórias,
ou os elogios e os trocados...
o aplauso de uma vida
é apenas o que quero ouvir no fim.
POR CODE ÀS 00:05 2 COMENTÁRIOS
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